domingo, 2 de setembro de 2007

PMP, o PhD brasileiro!

Havia um tempo “feliz” onde se via os americanos escreverem, Mr Smith, PhD.

Esse simbolo, esse status era para poucos. Apenas os doutores, sofredores, com anos de estudos, mestrado, doutorado, suor e lágrimas podiam ter esse título.

Certo ou errado? Digamos, a avaliar, mas sem dúvida, pelo menos PhD realmente significava algo.

Anos passam, e surgem as certificações de TI. Ganham força com as áreas de rede, com as certificações CISCO da vida, aí a Microsoft explode com o mítico System Engineer (MCSE, que por sinal virou sinonimo de fama até para desenvolvedor).

Depois disso vieram as certificações técnicas de desenvolvimento, o MCSD, depois o mundo java, r por aí vaí.

Muito colocavam lá suas certificações na assinatura do email, como simbolo de proficiência, esforço, orgulho ou pura tiração de onda.

O mundo gira e estamos nos anos 2000, carros voadores e tudo pela janelas. Surge então a chance de virar gerente! Pois é gerente, aquele que ganha muito, aquele que seu salário nunca irá nem chegar aos pés porque a famosa carreira em Y só existe no fim do arco-iris (as áreas de RH devem ter um binoculo que consegue ver lá).

Bom, sem digressões.... Então, voltando a gerência, surge um modo de chegar lá. Os mesmos que faziam beicinho para as certificações técnicas, aqueles que nunca ligaram para elas, descobrem três letrinhas mágicas, atalhos para a gerência! Que se dane o Y!!!!!!!

Pois aí, ai surge o PMP, timidamente no Brasil, explodindo em 2006. Dizem que os PMPs tem crescido mais que os evangélicos no país até!

Contrariando nosso sangue indígena, hoje temos mais gente “preparada” para ser cacique do que indio! Viva! Tomara que consigam fazer as ferramentas de MDA funcionarem (e evoluírem uns 500 anos), aí pode ser que o mercado de informática funcione sem quem bota a mão na massa.

Mas voltando ao inicio, lá onde vimos o arco-iris a primeira vez, de repente, o que era PhD nos USA (yeah baby) começa a virar PMP no Brasil. Sério! Devagar, começam a surgir aquele nomes de pessoa com apêndices, não cthulhianos: Fulaninho de tal, PMP!

Esta vendo? Igualzinho ao PhD? Será? Bom, pelo menos a idéia me parece ser a mesma... Devem estar aprendendo técnicas de propaganda, meditação, turning undead ou auto-ajuda (vá lá, marketing pessoal!).

Aquele PhD que ralou anos, agora é substituído pelo PMP, que estudou 2-3 meses para fazer uma prova, nunca gerenciou um projeto, e apenas coletou assinaturas das empresas que trabalhou atestando uma fantasia.

Ah, não fica nervoso! Mas estatística se faz pelas massa, não? Sempre com suas honrosas exceções? O que vejo como regra nas empresas é o descrito acima, PMP que no fundo não agrega nada nos projetos.

Portanto o que diferencia o PMP de um profissional com outras certs (vamos ser íntimos!)?

Bom, na teoria do PMI deveria ser muito, na prática, vale um PhD? Pois tem muita gente que quer que pensemos assim!

PS: Como um quiz (ah, aprendi ser pedante com um ex-colega de trabalho), pensa aí: dos seus projetos gerenciados por PMPs, conte quantas técnicas do PMBOK eles aplicam em cada projeto? Vamos, faça um esforço que talvez você encontre uma e garanta seu lugar no Guiness! Não vale cronograma, hein!

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